Entrevista da National Geographic- fevereiro de 2009 com Bertha Becker.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A National Geographic na edição de fevereiro de 2009, fez uma reportagem de fundamental importância sobre as potencialidades da Amazônia bem, como seu processo de internacionalização. Para você que pretende entrar no mundo acadêmico e até mesmo como cidadão, é fundamental compreender os processos e ações da Amazônia brasileira. Essa entrevista foi realizada por Maurício Barros de Castro.
Bertha Becker é professora emérita da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), doutora honoris causa pela universidade de Lyon III, na França, e integrante da Academia Brasileira de Ciências. Difere de muitos intelectuais, por ser incisiva em suas opiniões ao sugerir a economia como solução essencial para preservação. Aos 72 anos, lançou recentemente, ao lado de Cláudio Stenner, um livro um futuro para Amazônia. "A proposta é abrir a cabeça dos jovens, despertar neles o interesse pela região com foco na ciência e na tecnologia", diz ela.
N.G Como aliar preservação ambiental com qualidade de vida das populações locais e ainda desenvolver a Amazônia?
B.B O Brasil têm enorme potencial de água e necessita de energia gerada por hidrelétricas, que é renovável e limpa, e o país possui enorme quantidade de água. Porém, as hidrelétricas não podem ser construídas como no passado. Assim, existem tecnologias avançadas para evitar que as usinas tenham desníveis de barragem muito altos, inundem áreas de grande extensão. Mas o principal, de tudo é que a Amazônia não pode ser vista como um almoxarifado de recursos naturais para outras regiões do Brasil.
N.G Problemas básicos, como o caos fundiário, ainda não foram resolvidos. Doar títulos pode ser uma solução?
B.B Eu acho que é preciso encarar de frente esse problema de falta de títulos de terra e resolver a questão fundiária de uma vez por todas. Vivemos numa sociedade capitalista; se não existir defesa da propriedade, sempre ficará a sensação de que é possível avançar sobre terras alheias. Mas não acho que as terras desmatadas devam ter a mesma regulamentação fundiária que os locais de floresta densa. Nesse caso, penso que não se deveria simplesmente fornecer títulos definitivos de terra sem custo, para quem tem a posse. O melhor afazer é um sistema de concessões públicas a investimentos e projetos que atuem nessas áreas preservadas e contribuam para sua sustentabilidade.
N.G A Amazônia é uma terra sem lei? Falta a presença do Estado?
B.B Esse é um tema interessante, porque não se trata propriamente de ausência, e sim de omissão. Em alguns momentos o Estado é presente, mas omisso porque lhe interessa. é um jogo geopolítico de poder, uma ambiguidade. Faço muita pesquisa de campo e escuto a população reclamar da falta do Estado. Mas isso, não significa dizer que ele está totalmente ausente. Em alguamas áreas o Estado não está omisso, mas é tolerante e deixa passar situações que não deveria permitir. Já em outras ele está presente como dono das terras dos antigos territórios que se transformaram em governo estaduais, como Tocantins e Amapá.
N.G A senhora sempre vai ao campo para suas pesquisas. O que tem observado com base nessa visão interna da região?
B.B Sempre chamei a Amazônia de fronteira. Não apenas como limite territorial mas no sentido de ser fronteira como os mais novos acontecimentos globais. Lá é possível observar as tendências mais recentes em curso no mundo. As grandes transformações mundiais são mais fáceis de ser percebidas na Amazônia do que no Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, em que a complexidade da vida social, econômica e política é tão grande, entremeada de tantas informações, que é dificíl captar algum rumo novo. Novidades que estão começando a acontecer no mundo podem ser sentidas logo lá. O local é ponta- de- lança de ideias inovadoras no que diz respeito as mudanças que o sistema capitalista está tomando, as tendências da economia mundial.
N.G Além da diversidade biológica, a Amazõnia possui igualmente variedade de culturas tradicionais. Como é possível preservar essas culturas amazônicas no mundo contemporâneo?
B.B É um enorme dilema. Temos a obrigação de preservar as culturas da Amazônia, o que não significa deixá-las isoladas. No caso dos índios, que conheço melhor, é preciso estabelecer um programa de atividades que permita a obtenção de renda às comunidades que elas possam preservar sua cultura. Sem formas de manter-se economicamente, nenhuma cultura sobreviverá.
N.G De que forma é possível organizar a cadeia produtiva par que os produtos da floresta cheguem aos centros urbanos?
B.B A Amazônia tem poucas cadeias produtivas organizadas. O se produz efetivamente lá é uma quantidade mínima. O nosso modelo de desenvolvimento sempre foi monopolista na riqueza, na produção e no acesso ao mercado. A circulação fluvial não é organizada com objetivo de desenvolver a região. A cadeia produtiva sempre foi voltada à exportação. Nunca se deu atenção beneficiar o povo. É preciso organizar a produção desde o âmago da floresta, envolvendo as populações locais, até os setores que oferecem os serviços.
Os empresários se interessam muito mais em exportar o produto, sem agregar o valor ao local, e isso nunca gerou desenvolvimento. Organizar a cadeia produtiva é tarefa que exige serviços especializados e indústria. Daí vem a minha segunda tese: há que se fortalecer as cidades da Amazônia porque é lá que se concentram serviços, indústria e comércio. O município tem que ser o nó da cadeia produtiva em que os produtos da floresta são processados e comercializados. Isso não apenas em Manaus e Belém mas em cidades médias. Os serviços são um dos fatores-chave do desenvolvimento da Amazônia.
N.G Quais tipos de serviço podem ser fomentados?
B.B Aqueles que atendam as necessidades básicas da educação e saúde e sirvam para processar a produção. E também têm de existir serviços avançados e especializados, de alto valor agregado, jurídico, gestão, produção de conhecimento, contabilidade, marketing. Na Amazônia, eles têm de dar conta do grande potencial que é o capital natural: os serviços ambientais. Antes se valorizava apenas o estoque de ecossistemas:ferro, madeira. Hoje já se atribui valor às funções da natureza. Essa é uma mudança qualitativa: a natureza é transformada em capital natural e oferece múltiplos meios de produção. Um exemplo é o mercado de carbono, que está a pleno vapor e que é essencialmente de serviço ambiental. Temos novo e imenso potencial na transformação da natureza em capital natural. Mas é preciso ter ciência e tecnologia.
N.G Como fazer com que esses serviços sejam prestados nas próprias cidades amazônicas e não no exterior?
B.B Eu sugiro transformar Manaus numa cidade mundial, com base na organização de prestação de serviços ambientais. Isso é uma bomba. Uma hipótese e sugestão únicas. Mas, para tanto, é preciso rechear as cidades da Amazônia de conhecimento científico, tecnologia ligados ao meio ambiente, como advogados que entendem de meio ambiente. Eu proponho uma bolsa de valores em Manaus para negociar o carbono de serviço ambiental. Por que tem que ser em Chicago ou na Europa? Essas informações fazem parte da minha pesquisa atual, e que estou encaminhando ao governo federal.
N.G Como aproveitar esse potencial de forma a ser yransformado em desenvolvimento econômico local?
B.B A Amazônia é sempre utilizada para extrair os recursos naturais e manda-los para fora, como se fosse um almoxarifado sem fim.Nada sobra na região. A posição que defendo é que se implante outro modelo de exploração do patrimônio natural uma nova perspectiva que tenha como base a ciência e a tecnologia. O que sempre ocorreu historicamente foi a exportação dos recursos naturais, sem agregação do valor. Primeiro para o mercado europeu. Depois, para os americanos, como o que houve com a borracha. Isso não cabe mais no século XXI, mas o problema é que a região ainda vive a forma de produção do,século XIX,em que companhias de mineração queimam a mata para fazer carvão. Precisamos de empresas modernas, de tecnologias avançadas e de grandes investimentos. Mas sempre articulados com a questão ambiental e, sobretudo, social. Existem mais de vinte milhões de pessoas que moram lá e vivem mal, porque os recursos são explorados de forma a mandar as riquezas para fora da região onde é produzida.
N.G É um desafio atribuir valor aos recursos naturais e ao mesmo tempo preservá-los. Como isso é possível?
B.B Existem múltiplas formas de agregar valor aos recursos naturais. O mundo já está mudando, no sentido de sair da indústria fordista, megaindústria, megafábricas para outras mais flexíveis, que utilizem recursos de forma mais eficiente, sem desperdícios. Esse é o verdadeiro desenvolvimento sustentável enão deixar a Amazõnia fechada, sem mobilizar os recursos, como muita gente defende. A questão é moldar o novo modelo de desenvolvimento em que a ciência e a tecnologia definam modos adequados de uso, sem destruição, com distribuição equitativa da riqueza gerada do próprio local.
N.G Como a produção pode contribuir para a preservação?
B.B A Amazônia não entrou na fase fordista de desenvolvimento que afetou São Paulo e o Sudeste do Brasil. Ela ficou à margem desse processo, foi atingida pelas beiradas, pela expansão da fronteira. Podemos, então, implantar uma indústria madeireira moderna, que não explore a madeira apenas para queimá-la ou exporte toras em estado bruto, sem valor agregado. É possível organizar uma indústria decente? Sim, e madeira é o recurso mais ostensivo da floresta. Outro ponto é diversidade. O Brasil tem problema sério em saúde pública, e o potencial em biodiversidade é imenso. A floresta possui muitas espécies que podem ser utilizadas para fármacos. No momento servem para a produção de cosméticos, óleos essenciais, shampoo.Nós temos um mercado doméstico de saúde pública que é carente. Outro potencial é a pesca. A riqueza de peixes é inigualável, e possuem um sabor mravilhoso. Mas não existe cadeia produtiva organizada de pesca, apenas iniciativas embrionárias e dispersas.

O histórico das Regiões Brasileiras.

terça-feira, 23 de setembro de 2008


As regiões brasileiras e o contexto histórico na divisão política e territorial.





1. A primeira divisão regional aconteceu no momento da Primeira Guerra Mundial (1913), com finalidade dos estudos geográficos. Utilizou critérios físicos como relevo, solos , clima e vegetação. Além desses critérios podemos mencionar também, a necessidade de reforçar a Nação e por isso, dividia o território em cinco grandes áreas: Setentrional, Norte Oriental, Oriental, Central e Meridional. Nesse momento da história brasileira acreditava-se numa divisão fundamentada em critérios que resistissem à ação do tempo.

Nessa divisão o Estado da Bahia fazia parte da região Oriental junto com os estados de SP, MG. O Estado do Amapá, Roraima ainda não havia delimitado suas fronteiras. Os Estados do MA, PI, CE, RN, PB, PE, SE pertenciam ao norte oriental. São Paulo estava incluído na região meridional.

2. No periódo da Segunda Guerra Mundial (1940), o IBGE apresenta uma nova proposta de divisão para o país que, além dos aspectos naturais leva em consideração os socioeconômicos. A região Norte reunia os Estados de Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e o Território do Acre; Goiás e Mato Grosso ainda, não divididos, formavam com Minas Gerais a região Centro. Bahia, Sergipe e Espiríto Santo formavam a região Este. O Nordeste era representado pelos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba e Alagoas. São Paulo e Rio de Janeiro até então, capital pertenciam à região Sul.

3. Após a Segunda Guerra Mundial (1945), o Brasil é dividido dessa vez em 7 regiões: Norte ( AP, PA, AM, RR, AC, RO), Nordeste Ocidental (MA e PI), Nordeste Oriental (CE, RN, PB, PE e AL). Leste Setentrional (SE e BA), Leste Meridional (MG , SP e RJ ) e Sul.
Observação: Na porção do estado do Amazonas foi criado um território chamado de Rio Branco, no Norte do Pará foi criado o território do Amapá. E o estado do Mato Grosso perdeu território de Guaporé situado na porção Noroeste do estado. E outro ao Sul chamado de Ponta Porã. No Sul estados de Paraná e Santa Catarina sofre recorte territorial favorecendo a presença de Igguaçu.
4. A década de 50 os territórios de Ponta Porã e Iguaçu são extintos e os estados do MA e PI, passam a integrar a região Nordeste. Bahia, Espiríto Santo, Sergipe e Rio de Janeiro formam a região Leste. A década de 60, da geopolítica interna surge Brasília (capital do país), é transferida da região do Leste para o Centro-Oeste. No ano de 1962 o Acre vira estado e o território de Rio Branco recebe a denominação de Roraima.
5. A década de 1970, época do Milagre Econômico brasileiro o Brasil conquista uma nova divisão territorial regional que utilizamos até hoje. A região Sudeste constituirá os estados de MG, SP, RJ ES. O Nordeste recebe o Sergipe e a Bahia. Todo o território de Goiás ainda não dividido pertence a região Centro-oeste. Mato-Grosso é dividido anos mais tarde dando origem ao estado do Mato Grosso do Sul.

6. Com as mudanças na constituição no ano de 1988, fica definida a divisão brasileira que permanece em 2007: O estado de Tocantins é criado com a divisão de Goiás e incorporado a região Norte; Roraima, Amapá e Rondônia viram estados;Fernando de Noronha deixa de ser Território Federal e é incorporado ao estado de Pernambuco.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008



A Organização Espacial da Cidade do Recife e a Produção do Espaço.

sábado, 6 de setembro de 2008

A Organização Espacial da Cidade do Recife e a Produção do Espaço: Quanto a forma, estrutura, processos e temporalidades.

Segundo Pereira da Costa primeiro foram os rios, Capibaribe, Beberibe, Jiquiá, Pina, e Jordão, que embelezavam a planície depois veio o colonizador português que, fundando um ancoradouro, o chamou de “Arrecifes dos Navios”.
Do núcleo formado pele porto a partir de 1537 cujo o sítio urbano é uma planície fluvio-marinha surgiu a cidade do Recife, os bairros de Santo Antônio e Boa Vista só vieram aparecer no século XVII e o restante da cidade continuava a ser chamada de “Arredores”.
A povoação da planície foi constituída, em sua maioria, pelos engenhos do açúcar que, como um fixo da paisagem gerou o desenvolvimento econômico da antiga capitania como também, uma distribuição da população em áreas adjacentes. Os núcleos de engenhos foram, com o passar do tempo, sendo modificados em povoações e estas em subúrbios que uniram-se aumentando os aglomerados humanos e dessa forma originando a cidade do Recife.
A noção de produção que pretendo apresentar nesse trabalho tem um conteúdo que a economia lhe confere; à produção do homem, as condições de vida da sociedade em sua diversidade de aspectos. A intervenção holandesa (1637 – 1654 ) foi um fator decisivo para o direcionamento de três eixos de urbanização da parte central do Recife, com a construção de fortes e redutos para impedir os ataques por terra e também, através da intervenção planejada de Maurício de Nassau. O primeiro eixo seguiu em direção ao norte do bairro do Recife no caminho para Olinda, onde encontra-se como elementos da paisagem o forte do Brum e a fábrica de biscoitos Pilar. O segundo eixo , atravessou o rio Capibaribe e ocupou a ilha de Antônio Vaz, atuais bairros de Santo Antônio e São José. Ainda durante o século XVII construiu-se a Fortaleza das Cincos Pontas e a ligação por dique, deste forte ao “Aterro dos Afogados,” atual rua Imperial. O terceiro, configurou-se nos meados do século XVIII a partir da implantação do aterro da Boa Vista, na margem esquerda do Capibaribe, contornando a rua da Imperatriz e, na parte mais firme, o Bairro da Boa Vista.
No contexto de formação da cidade do Recife deve-se mencionar a importância das intervenções políticas nas mudanças das paisagens, nos séculos pretéritos não se pode deixar de comentar a contribuição planejada a partir do plano Pieter Post encomendada por Maurício de Nassau e parcialmente executada na ilha de Antônio Vaz (bairro de São José). Essas intervenções continuaram nas décadas de 1940 e 1950, com a abertura da avenida Conde da Boa Vista, Avenida Guararapes, Sigismundo Gonçalves, no bairro do Recife, chegando ao prolongamento da avenida Dantas Barreto nos bairros de São José e Santo Antônio ocorrida na década de 1970.
Segundo Milton Santos, forma é o aspecto visível, exterior, de um objeto, referindo-se ainda ao arranjo deles, que passam a constituir um padrão espacial. A estrutura, o processo, função e forma são categorias analíticas que permitem a compreensão da totalidade social e sua espacialização. Um exemplo: A cidade do Recife, mais especificamente, o bairro do Recife foi se especializando, a partir dos holandeses, como centro comercial, intermediando a circulação de mercadorias em função da presença do Porto e dos Judeus comerciantes por natureza. Surgiram sobrados com o comércio localizado no térreo e a moradia nos andares superiores. Com a especialização cada vez maior do centro com serviços e setor bancário, a população foi deixando o centro como lugar de moradia e as funções do bairro foram sendo alteradas; São José que era um bairro residencial de população abastada nas décadas de 1930 e 1940, passa pela deterioração das moradias, surgimento de cortiços e pensões e depois, estabelecimentos comerciais; No início do século XX, já apresentava forte grau de especialização portuária e de entreposto comercial. Nos outros bairros, continuou a predominância de áreas residenciais, inclusive para a população de baixa renda; os mocambos se faziam presentes em todas a cidade. Quanto a forma e a distribuição dos objetos inseridos na paisagem da cidade do Recife, podemos identificar num primeiro plano os arrecifes de arenito, situados próximos da costa ou a ela ligadas. Podem estar submersos, mas algumas vezes se alinham como muralha um pouco acima do nível do mar. Assim como está posto em nosso porto. Com relação a distribuição dos objetos criados pelo homem podemos mencionar veleiros, alfândegas, estabelecimentos comerciais, postos de armazenamento etc.
Quanto a estrutura que corresponde a Natureza da sociedade e do quadro econômico da sociedade neste momento histórico, não é muito significativo dizer que a sociedade do Recife teve sua gênese da povoação do Núcleo de pescadores portugueses. A atividade inicial na ilha do Recife estava baseada essencialmente de marítimos e portuários, ou seja, de indivíduos que mestrava barcaças e veleiros, e que se ocupavam e todo o trabalho de embarque de mercadorias também, era feito de forma braçal pois, não existia guindastes,ruas e gruas.
O padrão espacial, mas à maneira como as relações aconteciam gerou efeitos no modo de vida da sociedade isto, pode ser evidenciado com a vocação atribuída de comerciantes aos moradores desta cidade, certamente nascida da riqueza do açúcar, que contribuiu para o espraiamento de uma Organização espacial baseada na prestação de serviços. O aglomerado foi apresentando crescimento e passando da condição de vila a cidade e o crescimento de forma contínua, mais o contexto histórico, fez Recife suplantar Olinda. O Recife então, tornou-se o centro cultural avançado onde estudavam os nordestinos que aqui vinham de colégios de padres e freiras, e sobretudo para fazer o curso de direito, o Teatro Santa Isabel, com seus espetáculos e mais tarde o aparecimento das corridas dos Hipódromos entre outro eventos ganhando dessa forma uma especialização de cidade cultural.
A cultura, enquanto manifestação de expressão popular e artística, têm posição de destaque, pela tradição histórica e pela identidade cultural que ocupa hoje a cidade do Recife, considerado um dos maiores centros de produção artística com uma diversidade de rítmos, a música vem se destacando, sobretudo após resgates de sons regionais, em que se destacam misturados com a música pop, chamando a atenção da mídia nacional para o som regional/local. O movimento Mangue Beat vem proliferando através de várias bandas regionais em que se destacam rítmos locais como o Maracatu, o Coco e o Forró.Assim o Recife se consolida como centro disseminador de novas e tradicionais tendências culturais. Além disso, outros setores se afirmam e fazem parte da Agenda Cultural do Recife, como museu de Arte Moderna Aluísio Magalhães, os festivais de cinema, de dança e de teatro, que projetam sua cidade para além de suas fronteiras. Vale destacar a importância da cidade do Recife como importante pólo cultural.A metrópole recifense apresenta hoje influência nacional.
O desenvolvimento econômico do Recife se deu a partir do setor terciário, desde quando a cidade se destacava pela sua função de entreposto comercial com Portugal, através da exportação do açúcar.
Hoje as atividades comerciais e de prestação de serviços são predominantes e respondem por 95% da riqueza gerada. São atividades ligadas ao terciário moderno (tecnopólo), de comércio e serviços ( shoppings, serviços médicos, de engenharia, ensino e pesquisa, e prestação de serviços educacionais)
O Recife se tornou um reconhecido centro universitário e de produção do conhecimento e atraindo pessoas que aqui chegam em busca de conhecimento de ponta nas diversas áreas e setores ( tecnologia da informação, o médico, o de engenharia, consultoria empresarial, markenting, propaganda, advocacia, engenharia e serviços educacionais).
Apesar de todo essa especialização a cidade do Recife enfrenta sérios problemas de concentração de riquezas e um forte comércio informal assegurando um processo de hipertrofia dos Setor. Mas devemos também, considerar a importância do setor no que consiste num número de micro e pequenas empresas prestadoras de serviços que têm um papel importante para a economia da cidade, em especial como absorvedoras de mão-de-obra.
As pontes como eixo urbano foi o elemento de comunicação para a cidade observamos esse fixo com o propósito de dinamizar as atividades econômicas do espaço geográfico distribuindo serviços, circulando pessoas expandindo o território fomentando ações dos homens em temporalidades distintas.
Analisando os aspectos gerais da cidade do Recife podemos evidenciar as seguintes características: Recife, capital do Estado de Pernambuco situa-se no litoral nordestino e ocupa uma posição central, a 800 km das outras metrópoles regionais, Salvador e Fortaleza, disputando com elas a influência regional.
As coordenadas geográficas: Latitude 8º 04’ 03’ S e Longitude 34º 55’ 00º W.
Observando o marco zero podemos evidenciar vários aspectos, entre eles o limite da cidade a Leste com o Oceano e na direção Oeste o traçado das ruas apresentando objetos fixos pretéritos entre eles o prédio onde funcionava a bolsa de valores na época da cana- de açúcar. Um outro critério deve ser averiguado: é o padrão das ruas estreitas facilitando as relações de vizinhança em temporalidades diferentes.
A análise das intervenções urbanas na cidade do Recife, alterando a fisionomia, estrutura e relações decorrem substancialmente, à multiplicidade de vetores que percorrem a rápida substituição dos objetos. Estes mesmos sendo recentes, são valorizados e desvalorizados. Vivemos os momentos dos objetos: Isto significa que os objetos são dotados de intencionalidades.

Ruanda

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Ruanda

A região é habitada por pigmeus e, mais tarde, pelos hutus, povo bantu da bacia do Congo. No século XV, os tutisis, pastores de grande estatura da Etiópia, invadem o local e impõem domínio feudal aos hutus, mais numerosos. Os europeus chegaram no século XIX, e, em 1899, a Alemanha declara esse protetorado sobre o território. Com a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, os belgas ocupam Ruanda. Primeiramente reforçam o papel hegemônico dos tutsis, dotando-os de poder político e econômico e militar.
Nos anos 1950, favoreceram a formação da elite hutu, aguçando a rivalidade entre povos para melhor dominá-los. Em 1962, a nação obtém a independência, sob liderança dos hutus. Perseguidos, os tustis vão para os países vizinhos.
Os tustis exilados formaram a Frente Patriótica Ruandanesa e em 1990, invadem o norte da Ruanda, exigindo participação do governo e o direito de retorno. Para avaliar as tensões, o presidente hutu, Juvénal Habyarimana (no poder desde 1973), aprova o pluripartdarismo em 1991 e negocia com a guerrilha. O acordo fracassa quando acontece nova ofensiva tutsi, em 1993. Em resposta, o governo massacra civis tustis.
A política de genocídio em 1994, Habyarimana e o presidente do Burundi, o hutu Cyprien Ntaryamira, morreram em um atentado aéreo. O episódio desencadeia meses de genocídio. O saldo é de 1074017 mortos (número oficial), 13% da população da população do país, mais de 90% dos quais tustis. Em resposta, a FRP lança ofensiva militar, toma Kigali e põe na presidência o hutu Pasteur Bizimungu, que se opôs à chacina. Os conflitos geram 2,3 milhões de refugiados na maioria hutus que procuram abrigo em países vizinhos.
A ONU instala o tribunal Criminal Internacional para Ruanda, na Tanzânia, para julgar os responsáveis pelo genocídio
As tentativas do presidente de reconciliar o país esbarraram na explosiva situação regional. Em 1998, Ruanda rompe com o presidente da República Democrática do Congo, Laurent-Désiré Kabila, e juntamente a Uganda no apoio a guerrilheiros tustis no país vizinho. Nos combates disputa-se o controle sobre áreas ricas em minérios. O presidente Bizumungu renuncia em 2000, afirmando que a Assembléia Nacional pró –tustis. O vice Paul Kagame, assume a Presidência.


É o primeiro tutsi a presidir Ruanda. No fim de 2002, as tropas ruandesas saem da RDC. Em 2003, Kagame obtém 95% dos votos na eleição derrotando três hutus. Os governistas obtêm 74% dos votos para a Câmara. A oposição denuncia fraudes.
Conflitos envolvem religiões

África

África

As raízes históricas da atual situação do continente africano decorre da época da conferência de Berlim que oficializou o controle do território as nações européias com interesses de explorar seus recursos naturais abundantes. O processo de ocupação não levou em consideração à sociedade tribal e suas diferenças étinicas, propiciando conflitos de ordem interna e instabilidades econômicas.
As reservas de petróleo e minérios são a causa de muitas disputas internas na região. Mesmo com processos de paz avançados em países como Angola, Eritréia e Etiópia, o continente continua devastado por uma onda de conflitos. No chifre da África (Somália), as instituições de Estado deixaram de existir, e o território encontra-se retalhado por uma multipolaridade de grupos armados, cada qual controlando um pequeno ponto do espaço. Até o presente momento a tentativa de reconstruir um novo país não se consolidou isto, acarreta um elevado número de vítimas.
No oeste, centro e sul do continente, os focos de tensão são causados principalmente pela disputa do controle dos recursos naturais. No Golfo da Guiné e no Saara, confrontos ocorrem em regiões de reservas de petróleo.
A Guerra civil no Congo mostra a disputa por uma região rica em ouro, diamante, estanho, e nióbio acaba se misturando a rivalidades étnicas e envolvendo os governos de vários países.

Os Curdos no Oriente Médio

Os povos curdos estão distribuídos de forma dispersa no continente asiático nos seguintes países: Turquia, Irã, Iraque e Síria. Nesses países são minorias sem direitos políticos e discriminados pelos governos.
Após a Primeira Guerra Mundial o Império Otamano foi esfacelado ocorrendo a fragmentação do território para atender os interesses da potências européias exemplo França e Inglaterra com vantagens de incentivar os líderes do mundo árabe evitando dessa forma a criação de uma nação árabe. É exatamente nesse contexto que surgem vários países na região do Oriente Médio. Isto acarretou conflitos e os curdos tiveram desvantagens nesse processo.
Na atualidade a maior etnia sem Estado do mundo, com aproximadamente 26 milhões de pessoas, os curdos habitam áreas geográficas da Turquia, Síria, Irã, Armênia e no Azerbaijão. São majoritariamente muçulmanos de linha sunitas são organizados socialmente em clãs e, em algumas regiões falam o idioma curdo. A partir dos meados do século XX ocorrem rebeliões na Turquia e no Iraque surge um projeto de um Estado curdo. O governo dos dois países reprime com violência os separatistas. O principal grupo separatista , o Partido dos Trabalhadores do Curdistão dá início , em 1984, a luta armada contra o governo turco que não reconhece a etnia
Em abril de 2006, dezenas de pessoas são mortas em confrontos entre manifestantes e as forças de segurança no sudeste da Turquia. Entre agosto e setembro, atentados matam dezenas de pessoas, ocorre nesse mesmo período o cessar-fogo.
Em relação a crise com o país Iraque no ano de 2007, os rebeldes curdos na fronteira com o Iraque pressiona o Iraque e os Estados Unidos que combatam os guerrilheiros. Em outubro o Parlamento turco autoriza o exército a invadir o Iraque e lutar contra o PKK.
A Turquia envia, então, 100 mil soldados à região e dá início a pequenos ataques.O governo iraquiano fechou os escritórios estabelecidos no seu território da PKK; o que não agradou oas povos turcos tais medidas.

 
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